Dona Quotes

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Dona: um conto freudiano Dona: um conto freudiano by Bernardo E. Lopes
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“E, depois de ele correr até o carro e desaparecer lá dentro, e dali de vista, sua última frase retumbava com outro sentido: 'Irei compensar. Irei compensar'.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Em sua linguagem estridente, Dona emitia um guincho longo de êxtase, e todos ao redor vibravam, batiam palma. 'Se eu sair daqui um dia', pensou ele, 'quem vai cuidar de Dona?”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Dona não está fazendo isso porque é forçada a fazer', Jill dizia ao público com seus bonés e câmeras fotográficas, empertigado nas fileiras da arquibancada, que logo estaria encharcada de água salgada. 'Dona está fazendo isso porque realmente quer'.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ele sabia todas as respostas.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Talvez, vivendo longe, não fosse tão desorganizado. (Duvidava.) Mandaria fotos para a mãe de seu quarto novo, mostrando não só o asseio como também a autossuficiência com que conseguiria se virar, e que a surpreenderiam, talvez até a ofendessem; ela, que teria se enganado sobre ele, sim — porque Randolfo saberia cuidar de si, pensou ele com desdém.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ele a olhou duramente nos olhos; ela não conseguia se enxergar? Sempre fora ela que o tratara assim, seus olhos argumentavam. Ela não concordava — nunca o tratara assim, ele é que crescera a encobrindo de críticas. Pois ele a criticava porque crescera sendo criticado por ela — e assim sempre voltavam a esse tópico, às vezes sem nem uma palavra, só com o olhar, um acusando o outro de seu próprio papel de vítima, pintando um ao outro como algoz para justificarem suas dores autoinfligidas. Ela tinha se tornado uma mulher deseducada (ele argumentaria). Ele era mau (ela diria), ele não sabia enxergar o bem que lhe tentavam fazer.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Estariam em paz longe um do outro (ele concluiu), de onde poderiam sentir saudades, julgar na ilusão da distância que se entendiam quando ainda estavam juntos.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Alguma coisa ali poderia dizer algo sobre ele mesmo. De onde vinha aquela chama? Aquele rancor e a facilidade para se ressentir, a facilidade para não só gostar, mas para amar como se de tudo dependesse sua vida? Precisava de uma História. Precisava de alguma certeza sobre os porquês de si mesmo, uma certeza que fosse. Entender de onde vinha talvez fizesse doer menos. Precisava saber de sua verdade.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ficou olhando o teto e pensando em por que, se queria aquilo por tanto tempo, estava se sentindo pior do que ontem. Ou tão mal quanto — era um sentimento familiar de incômodo, de que não havia sido suficiente, de que nunca seria, e de que precisava de algo mais claro.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ter uma aparência física o espantava; surpreendia-se com sua própria unidade. Era distraído de si mesmo. Vivia, sim, no presente. Sempre se punia mentalmente por viver no passado ou, ansioso, no futuro. Mas não. Sua cabeça habitava uma vida paralela.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Eu cansei de fingir.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ela tinha pretendido algo. Que eles nunca conseguiriam desvendar. Que ele sofria por não saber e, a um só tempo, ciente dos mistérios da natureza e seduzido pela verdade, escolhia deixar passar.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ela o lia como uma professora do primário. E o deixava livre.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“O sussurro saiu num tom mais desesperado do que planejara e com as sobrancelhas franzidas e os olhos marejados: 'Por que você está fazendo isso comigo'?”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano
“Ela ainda está com ele.”
Bernardo E. Lopes, Dona: um conto freudiano