Cómo se hace una novela Quotes

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Cómo se hace una novela Cómo se hace una novela by Miguel de Unamuno
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Cómo se hace una novela Quotes Showing 1-6 of 6
“Serenado um pouco, abriu o livro e retomou a leitura. Esqueceu-se de si próprio por completo e bem podia então dizer que morrera. Sonhava no outro, ou melhor, o outro era um sonho que nele se sonhava, uma criatura da sua infinita solidão. Até que despertou com uma terrível pontada no peito. A personagem do livro acabara de lhe dizer de novo: «Devo repetir ao leitor que comigo morrerá.». E desta vez o efeito foi espantoso. O trágico leitor perdeu o conhecimento naquele seu leito de sofrimento espiritual; deixou de sonhar no outro e deixou de sonhar-se a si mesmo. E quando voltou a si, lançou fora o livro, apagou a luz e procurou adormecer, deixar de sonhar. Impossível! De quando em quando tinha de levantar-se para beber água; ocorreu-lhe que bebia no Sena, no espelho. «Estarei louco? - repetia -. Certamente que não, porque quando uma pessoa se pergunta se está louca é porque não está...». Levantou-se, pegou-lhe o fogo na lareira e queimou o livro, voltando em seguida a deitar-se. E conseguiu finalmente adormecer.”
Miguel de Unamuno, Cómo se hace una novela
“«Se desço ao meu coração, encontro cinzas e uma lareira extinta. O vulcão cumpriu seu incêndio e dele apenas restam o calor e a lava que se agitam à superfície, e, quando tudo se houver gelado e as coisas se houverem cumprido, nada mais restará - uma indefínivel lembrança como que de algo que pudesse ter sido e que não foi - a lembrança dos meios que deveriam ter sido empregues para a felicidade e que se deixaram perdidos na inércia dos desejõs titânicos escorraçados de dentro de nós, sem que tão-pouco tivessem podido chegar cá fora, que minaram a alma de esperanças, de ansiedades, de votos sem fruto... e depois nada», Mazzini era um desterrado, um desterrado da eternidade.”
Miguel de Unamuno, Cómo se hace una novela
“Pero ¿no son acaso autobiografías todas las novelas que se eternizan y duran eternizando y haciendo durar a sus autores y a sus antagonistas?”
Miguel de Unamuno, Cómo Se Hace Una Novela. La Tía Tula. San Manuel Bueno, Mártir y Tres Historias Más.
“¿Estaré loco?, debo confesar que la mayor confianza que pueda tener en mi sano juicio me ha sido dada en los momentos en que observando lo que hacen los otros y lo que no hacen, escuchando lo que dicen y lo que callan, me ha surgido esta fugitiva sospecha de si estaré loco.
Estar loco se dice que es haber perdido la razón. La razón, pero no la verdad, porque hay locos que dicen verdades que los demás callan por no ser ni racional ni razonable decirlas, y por eso se dice que están locos. ¿Y qué es la razón? La razón es aquello en que estamos todos de acuerdo, todos o por lo menos la mayoría. La verdad es otra cosa, la razón es social; la verdad, de ordinario, es completamente individual, personal e incomunicable. La razón nos une y las verdades nos separan.”
Miguel de Unamuno, Cómo se hace una novela
“E como você acabará, leitor? Se você não é homem, homem como eu, quer dizer, comediante e autor de si mesmo, então não deve ler, por medo de esquecer de si mesmo. [...] Nossa obra é nosso espírito e minha obra sou eu mesmo que estou me fazendo dia após dia e século após século, assim como sua obra é você mesmo, leitor, que
se está fazendo momento após momento, agora me ouvindo como eu estou lhe falando. Porque quero crer que você me ouve mais do que me lê, assim como eu lhe falo mais do que lhe escrevo. Somos nossa própria obra.”
Miguel de Unamuno, Cómo se hace una novela
“E como você acabará, leitor? Se você não é homem, homem como eu, quer dizer, comediante e autor de si mesmo, então não deve ler, por medo de esquecer de si mesmo. [...] Nossa obra é nosso espírito e minha obra sou eu mesmo que estou me fazendo dia após dia e século após século, assim como sua obra é você mesmo, leitor, que se está fazendo momento após momento, agora me ouvindo como eu estou lhe falando. Porque quero crer que você me ouve mais do que me lê, assim como eu lhe falo mais do que lhe escrevo. Somos nossa própria obra”
Miguel de Unamuno, Cómo se hace una novela