Essa pequena obra-prima da Vanessa Barbara é uma espécie de livro curinga da autora. Explico: é de fácil identificação por seus leitores, sejam eles dEssa pequena obra-prima da Vanessa Barbara é uma espécie de livro curinga da autora. Explico: é de fácil identificação por seus leitores, sejam eles de profissões artísticas, pais ou mães, ou que se digladiam pela saúde mental a vida inteira, é difícil não se identificar em algum nível com ele. Quem acompanha a Vanessa Barbara há algum tempo sabe da sua luta contra a depressão crônica e acho que aqui ela desenvolveu seus demônios quanto a isso de forma tão brilhante mesclando a história de vida de escritores que sofriam da mesma coisa (irmãos James, Kafka, Plath, Lispector), sua experiência de ser mãe (a identidade do bebê é preservada, o que achei ótimo, já que vira um personagem da Ilíada) e vinhetas costurando tudo sobre mitologia grega. Três camadas de noite é um livro sensacional em várias instâncias, mas o modo que discorre sobre saúde mental é um alento para quem também sofre de depressão crônica como eu....more
A verdade que esse livrinho do Salman Rushdie sobre a versão cinematográfica de O Mágico de Oz é bem meia boca, não traz nenhum grande insight sobre oA verdade que esse livrinho do Salman Rushdie sobre a versão cinematográfica de O Mágico de Oz é bem meia boca, não traz nenhum grande insight sobre o filme, acho que é mais para completistas do Rushdie ou do BFI Classics. No Brasil esse livro saiu pela Rocco nas versões em português dos BFI Classics. ...more
Os livros infantis da Sara Varon seguem o mesmo princípio das novelas gráficas de uso exclusivo de linguagem visual, o que torna as coisas ainda mais Os livros infantis da Sara Varon seguem o mesmo princípio das novelas gráficas de uso exclusivo de linguagem visual, o que torna as coisas ainda mais próximas da sofisticação de certos cineastas do cinema mudo. Nesses dois livrinhos de Chicken and Cat ela outra vez discorre sobre a amizade, o primeiro a respeito do florescimento da mesma e o segundo sobre o respeito às diferenças. São bem bonitos. Tem ambos os livros para emprestar na biblioteca do archive.org....more
Os livros infantis da Sara Varon seguem o mesmo princípio das novelas gráficas de uso exclusivo de linguagem visual, o que torna as coisas ainda mais Os livros infantis da Sara Varon seguem o mesmo princípio das novelas gráficas de uso exclusivo de linguagem visual, o que torna as coisas ainda mais próximas da sofisticação de certos cineastas do cinema mudo. Nesses dois livrinhos de Chicken and Cat ela outra vez discorre sobre a amizade, o primeiro a respeito do florescimento da mesma e o segundo sobre o respeito às diferenças. São bem bonitos. Tem ambos os livros para emprestar na biblioteca do archive.org....more
Estou tendo um fim de semana particularmente terrível em termos de desamparo, ou seja, não era o melhor momento para ver essa novela gráfica da Sara VEstou tendo um fim de semana particularmente terrível em termos de desamparo, ou seja, não era o melhor momento para ver essa novela gráfica da Sara Varon. Digo ver porque ela é sem diálogos, a única linguagem presente nela é a visual, por isso mesmo é um trabalho de apelo universal. Ano passado fizeram um longa de animação baseado em Robot Dreams que concorreu ao Oscar esse ano, o qual ainda não vi, mas tem no streaming da Mubi. Talvez não veja tão cedo porque a novela gráfica já deixou meu coração em pedaços o suficiente....more
Raramente choro lendo livro,mas esse é lindo demais, principalmente por ser uma história real. Também tem o fato de And Tango Makes Three ser um dos lRaramente choro lendo livro,mas esse é lindo demais, principalmente por ser uma história real. Também tem o fato de And Tango Makes Three ser um dos livros mais banidos dos últimos 20 anos nos EUA por questões de homofobia ao retratar uma família formada por pinguins gays. Bonito demais, uma pena não ter sido editado no Brasil ainda....more
O Amadeus do Forman está completando 40 anos por esses tempos, então resolvi ler a peça do Shaffer antes de rever o filme. Particularmente não gosto muO Amadeus do Forman está completando 40 anos por esses tempos, então resolvi ler a peça do Shaffer antes de rever o filme. Particularmente não gosto muito de ler peças, gosto de vê-las encenadas no palco ou no cinema, mas é bom ler pra ver o que é do autor original e o que é do diretor da peça/filme, por exemplo, aqui a risada excêntrica do Mozart já está marcada no texto, então uma das características mais marcantes do Tom Hulce no filme já fora pontuado pelo Shaffer....more
Não tem o que não amar aqui (ok, talvez o final não seja tão bom assim, mas o conjunto é excelente), em primeiro lugar amei o uso de elipse narrativa,Não tem o que não amar aqui (ok, talvez o final não seja tão bom assim, mas o conjunto é excelente), em primeiro lugar amei o uso de elipse narrativa, isso tornou o livro bem dinâmico e enxuto. Em segundo lugar, cada frase é um micro ensaio filosófico, além de serem construídas com um apuro estético que só grandes escritores têm. Em terceiro lugar, como tudo isso reflete a experiência da Beauvoir na Resistência francesa, a autora mencionava que só começou a verdadeiramente olhar o outro no período de ocupação nazista, foi aí que ela realmente aprendeu a ser empática, cultivando o antifascismo ao ver o que os alemães faziam aos judeus e tudo isso está brilhantemente refletido em O Sangue dos Outros, um título excelente, aliás. Agora deixa eu ir lá ver a adaptação do Chabrol com a Jodie Foster, filme que está completando 40 anos....more
Janela Indiscreta, uma das obras-primas do Hitchcock, está completando 70 anos hoje. Enquanto o conto do Woolrich é muito bom, ele não chega à perfeiçJanela Indiscreta, uma das obras-primas do Hitchcock, está completando 70 anos hoje. Enquanto o conto do Woolrich é muito bom, ele não chega à perfeição do filme, uma das grandes diferenças entre conto e filme é a ausência da personagem da Grace Kelly, o que obviamente tira o componente sexy da narrativa, além, é claro o modo do Hitchcock filmar como alegoria do espectador de cinema....more
Esse mês a adaptação do Victor Fleming para O Mágico de Oz está completando 85 anos, então aproveitei para reler nessa edição comentada da Zahar, a quEsse mês a adaptação do Victor Fleming para O Mágico de Oz está completando 85 anos, então aproveitei para reler nessa edição comentada da Zahar, a qual recomendo com afinco, aliás, recomendo todos os clássicos comentados dessa coleção. É outra coisa você ler sabendo das teorias envolvendo alegoria política do que estava acontecendo nos EUA na época que o Baum escreveu o livro, especialmente porque é uma parte da história política americana que não vemos muito na cultura popular....more
Mais um quadrinho da Debbie Tung, este especificamente sobre saúde mental, o processo de se descobrir com depressão, passar por terapia e aprender a lMais um quadrinho da Debbie Tung, este especificamente sobre saúde mental, o processo de se descobrir com depressão, passar por terapia e aprender a lidar com seus sentimentos. Achei um trabalho bem sincero e maduro ao ver a depressão e a terapia não como processos de cura, mas de manutenção dos próprios sentimentos, não há milagres em psicoterapia, assim como é bom o paciente não se ater a ilusões de que o amadurecimento ao passar por esse processo o trará ao eu anterior....more
Tô lendo os quadrinhos da Debbie Tung porque tenho muito em comum com ela, esse é especificamente sobre ser bibliófila e me identifico com cada tirinhTô lendo os quadrinhos da Debbie Tung porque tenho muito em comum com ela, esse é especificamente sobre ser bibliófila e me identifico com cada tirinha que há nele, especificamente nos últimos meses que fui obrigada a abandonar o cinema que dividia meu tempo com os livros. Acho que o porém de identificação com a Debbie fica no fato que ela parece ler apenas ficção e eu divido minha atenção entre literatura e livros teóricos que me dão tanto prazer quanto literatura. ...more
Acho que não tem nada mais ceifador do que uma introvertida criativa trabalhando num emprego de bater cartão, esse quadrinho da ilustradora inglesa DeAcho que não tem nada mais ceifador do que uma introvertida criativa trabalhando num emprego de bater cartão, esse quadrinho da ilustradora inglesa Debbie Tung mostra um pouco esse dilema das mulheres introvertidas vivendo num mundo de extrovertidos e o quanto pode ser adoecedor não saber lidar com isso....more
Lembro muito pouco do filme do Danny DeVitto (que foi roteirizado pelo filho do Elia Kazan), vi quando lançado e depois nunca mais, mas sei que é muitLembro muito pouco do filme do Danny DeVitto (que foi roteirizado pelo filho do Elia Kazan), vi quando lançado e depois nunca mais, mas sei que é muito amado por todo mundo até hoje é até onde lembro segue a mesma vibe do livro. Esse é o primeiro livro que leio do Dahl, o que é surpreendente pela minha adoração por literatura infantojuvenil e ele ser considerado um dos maiores nomes do gênero, li mais por uma ex-psicologa ter comentado que eu lembrava a Matilda e queria ver se eu conseguia enxergar isso, fico lisonjeada, mas não é pra tanto....more
Livros da ilha deserta #11. Jesus fucking Christ. Por isso você não pode endeusar seres humanos (nem seres imaginários, rá!), tá arriscado a escrever uLivros da ilha deserta #11. Jesus fucking Christ. Por isso você não pode endeusar seres humanos (nem seres imaginários, rá!), tá arriscado a escrever uma papagaiada lambe bolas dessa. Devia ter parado quando Jorge Amado definiu um feminicidio como romântico não no sentido da escola literária. ...more
Livros da ilha deserta #9. O gozo absoluto esse livro. Se fosse pra indicar um livro sobre o autismo eu indicaria esse, ele não trata apenas de mulhereLivros da ilha deserta #9. O gozo absoluto esse livro. Se fosse pra indicar um livro sobre o autismo eu indicaria esse, ele não trata apenas de mulheres autistas, possui uma ampla introdução como se deu os estudos sobre o autismo no século XX e um olhar crítico e assertivo sobre os erros e acertos que tem envolvido o tema. Tudo isso adornado de uma prosa de fácil digestão. Delicinha....more
Livros da ilha deserta #6. Meu primeiro Jorge Amado e vou te falar que não estava gostando muito, não, mas o final é tão maravilhoso que revi o meu conLivros da ilha deserta #6. Meu primeiro Jorge Amado e vou te falar que não estava gostando muito, não, mas o final é tão maravilhoso que revi o meu conceito....more
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